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famvin – Juventude Mariana Vicentina do Brasil – Oficial

Tag: famvin

  • ARTIGO | O amor vê o invisível – Olhares que se conectam pelo amor incondicional

    ARTIGO | O amor vê o invisível – Olhares que se conectam pelo amor incondicional

    Durante o mês de setembro fomos motivados/as a refletir sobre alguns textos que tratam o tema da essência do carisma vicentino em nossas realidades de missão. Sendo assim, neste artigo somos impulsionados/as a nos debruçarmos sobre dois aspectos no âmbito do amor incondicional, enfatizando os olhares de Jesus Cristo e São Vicente Paulo.

    Deus olha a nossa essência e conhece as motivações do nosso coração. Perguntemo-nos: o meu olhar de jovem membro da Associação está em sintonia com o olhar de Jesus Cristo? Devemos ter em mente que o carisma vicentino é a pupila dos nossos olhos que, em nossa própria identidade, deve estar dilatada sempre em direção aos pobres. Essa é a essência da Associação Mariana Vicentina.

    Tendo isso em vista, devemos sempre nos perguntar: como vemos e olhamos a realidade atual? Estamos abertos para uma mudança de visão? Às vezes temos medo de buscar novos horizontes, de nos desafiar diante do novo, e acabamos esquecendo que a pior cegueira é não querer mudar a direção do olhar para tentar enxergar a necessidade do outro, bem como nos aproximarmos daqueles que mais carecem de olhar humano. É preciso ter um olhar de compaixão, de ternura, cheio de calor e empatia. O nosso olhar deve vir do coração, de um coração que ama profundamente.

    Ter um olhar holístico e vicentino é saber olhar em profundidade sobre a dor e o sofrimento das pessoas. Ter um olhar direcionado é ter atitudes de acolhida, isto é, demostrar ao outro que ele é importante, independentemente de quem seja, pois é uma pessoa humana que está à nossa frente e ela precisa ser olhada com respeito, com a consciência de que todo ser humano é sagrado e traz em si o segredo de Deus.

    Convido você a pensar comigo nestes dois olhares: olhar de Cristo e São Vicente. O que eles nos dizem?

    Deixamo-nos olhar por Cristo? O olhar de Cristo nos incomoda, nos desinstala e muitas vezes nos desconcerta. Temos a coragem de nos deixarmos olhar por Ele?  Somente quando nos deixamos olhar pelo Senhor é que somos capazes de contemplar o que São Vicente contemplou.

    São olhares que nos movem, nos questionam e nos colocam em movimento. Ao contemplar algo é necessário fixar o olhar para identificá-lo e o olhar de São Vicente foi assim: um olhar de amizade, compreensão, perdão, amor e caridade.

    Olhar o mundo com a mesma ótica de Jesus e São Vicente é saber contemplar a realidade, observar o contexto, olhar para próximo e trazê-lo para junto de nós. Quando olhamos para o outro com um “Olhar de Caridade”, brota em nós o desejo de nos ocuparmos da situação, agimos com empatia e nos sentimos no dever de nos colocarmos no lugar daquele que sofre.

    O olhar de VICENTE DE PAULO esteve sempre aberto a todas as formas de vulnerabilidade do seu tempo e sempre se deixava tocar pelas realidades. O olhar vicentino é, sobretudo, cristão; exige profundidade, atenção e nos remete a uma reflexão, pois o poder do olhar é capaz de restituir o amor humano muitas vezes inebriado pelas misérias do nosso tempo.

    Somos Juventude Mariana Vicentina, pertencemos à Família Vicentina. Com Vicente aprendamos a olhar as realidades do nosso tempo, tendo em mente que não basta apenas olhar, ou seja, temos que ter a certeza de que o olhar é um compromisso que nos leva à contemplação, ao passo que deve nos levar a ação, imbuindo em cada um de nós uma responsabilidade intransferível.

    São Vicente partilhava do mesmo olhar que Jesus tinha, ou melhor, tem para com os Pobres. O olhar é algo humano, cheio de calor e pleno de vida. Antes de tudo, é preciso aprender a olhar e foi com o Olhar que Jesus acolheu os pobres e os desamparados daquela época, mudando as estruturas sociais e políticas que os oprimiam.

    Hoje existem diversas formas de pobrezas modernas, e nós como Associação jamais poderemos ficar alienados destas realidades que nos circundam. O Papa Francisco nos mostra um jeito novo de servir e de ser Igreja no mundo atual, sejamos nós protagonistas deste novo olhar, um olhar que resgata a vida e devolve a dignidade àqueles que caminham à margem da sociedade.

    Quando olhamos e somos olhados de uma forma real e verdadeira, acontece uma conexão inexplicável. Como podemos ler nos evangelhos, Jesus olha para os seus discípulos e a partir do olhar os chama para segui-lo.

    Peçamos a graça para enxergarmos as várias realidades do nosso tempo com o mesmo olhar de Deus e inspirados pelo olhar de São Vicente de Paulo; sejamos uma Juventude Mariana Vicentina capaz de olhar além, possuidora de um olhar humanizado e destemido que nos impulsione a levar a mensagem do dia 18 de julho a todos os espaços nos quais nos fazemos presentes e assim traçarmos novas metas que nos ajudem a Ser, Amar e Construir um mundo mais fraterno.


    Ir. Geovani de Fátima Domingues

    Filha da Caridade

    Assessora Nacional da JMV Brasil

  • Reunião de Oração da Família Vicentina no Facebook, sábado, 28 de março (13h)

    Reunião de Oração da Família Vicentina no Facebook, sábado, 28 de março (13h)

    O padre Tomaž Mavrič, CM, presidente do Comitê Executivo da Família Vicentina, nos convoca para uma reunião virtual através do Facebook Live, para orar juntos para que em breve superemos essa pandemia.

    A reunião será no sábado, 28 de março, às 13h da tarde (horário de Brasília).

    Neste tempo de isolamento social, tempo de dor e de sofrimento para muitos, unamo-nos em oração!

    Durante esta Quaresma refletimos sobre o poder transformador da oração. Não predissemos que esta Quaresma seria muito diferente às recordações de todas as outras . A oração une-nos, torna-nos mais fortes, conforta-nos e capacita-nos para enfrentar tudo.

    O P. Tomaž Mavrič, C.M. anima-nos a unir-nos a ele, em oração neste sábado, 28 de março, a partir da sua página de Facebook. Será um momento de oração de toda Família Vicentina e pelo mundo que tanto tem sofrido. Oremos juntos e peçamos a intercessão de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa.

    Para acessar diretamente a página do Padre Tomaž no Facebook, clique na imagem a seguir:

    Com informações: FAMVIN

  • Carta da Quaresma 2020 – Padre Tomaz Mavric, CM

    Carta da Quaresma 2020 – Padre Tomaz Mavric, CM

    CARTA DA QUARESMA 2020
    “O PODER TRANSFORMADOR DA ORAÇÃO”

    Roma, 19 de fevereiro de 2020.

    Queridos irmãos e irmãs em São Vicente,

    A graça e a paz de Jesus estejam sempre conosco!

    Neste tempo da Quaresma, continuemos a refletir sobre os fundamentos da espiritualidade de São Vicente de Paulo. O que fez de São Vicente um místico da Caridade foi o fato da oração ter sido o centro de sua vida. Como eu compreendo a oração? O que a oração significa para mim?

    Dependendo da reposta, por um lado, a oração pode se tornar um fardo a ser realizado dia a dia. Pode tratar-se de um conjunto de textos, de fórmulas, de posições corporais e de regras que eu tenho que seguir. Neste caso, a oração torna-se finalmente inútil, algo que não me fala pessoalmente, nem à realidade da minha vida. No entanto, São Vicente nos disse: “que não haveria muito do que esperar de um homem que não gostasse de falar com Deus; e que, se ele não é devidamente dedicado às atividades para o serviço de Nosso Senhor, é por não estar intimamente unido a Ele, e por não Lhe pedir a ajuda de Sua graça com uma perfeita confiança” [1].

    Por outro lado, se a oração se torna indispensável à minha vida, algo que é inseparável da minha pessoa, do que eu penso, digo e faço, ela se torna um poder transformador. A oração é um estado de espírito, uma relação contínua com Jesus que dá sentido a minha existência. Nela encontro a orientação para a minha vida, minha vocação, minha missão e as respostas aos questionamentos que surgem na minha vida. Dado que a oração tem sua fonte em Deus, seu poder transformador em mim torna continuamente “novas, todas as coisas”. A comunicação transformadora é a natureza de Deus.

    “Deus, quando quer comunicar-se, o faz sem esforço, de uma maneira sensível, totalmente suave, doce, amorosa; peçamos-lhe, pois, frequentemente, o dom da oração, com grande confiança. Deus, de sua parte, não exige mais. Façamos-lhe nossas preces, mas com grande confiança, e fiquemos certos de que por fim nos atenderá, por sua grande misericórdia…”[2].

    A oração é o lugar onde eu encontro Jesus, onde falo com Jesus, onde escuto Jesus e compartilho com Jesus. É onde eu faço perguntas a Jesus, onde com grande confiança, eu me coloco nas Suas mãos. Quando eu integro tudo o que penso, digo e faço numa relação pessoal com Jesus, todos os meus pensamentos, palavras e ações se tornam oração. Eu estou diante de alguém. Eu estou com alguém. Falo, escuto e compartilho com alguém que é o “Amor” da minha vida e ao qual anseio ardentemente me parecer. Um relacionamento como este requer humildade para abrir-me a Ele e dar-Lhe o direito de guiar a minha vida.

    “Porquanto, crede-me, meus senhores e meus irmãos, crede-me, é uma máxima infalível de Jesus Cristo, que frequentemente vos anunciei de sua parte, a saber: tão logo um coração se esvazie de si próprio, Deus o encherá; Deus nele habitará e agirá em seu íntimo; é o desejo da confusão que nos tornará vazios de nós mesmo, é a humildade, a santa humildade; então não seremos nós a agir mas, sim, Deus em nós, e tudo irá bem” [3].

    Quer de dia ou de noite, esteja eu acordado ou dormindo, fico em permanente contato com Jesus, em constante oração. Esse é o sentido da exortação de São Paulo aos Tessalonicenses: “orai sem cessar”[4], ou, o conselho de São Vicente às Filhas da Caridade: “ … fazei-a se puderdes a toda hora, ou não saiais nunca dela, pois a oração é tão excelente que nunca se faz demais”[5]. Tudo se torna oração e tudo se torna Amor quando minha principal preocupação é este relacionamento com Deus.

    “Havendo Cristo dito: Buscai primeiro o Reino de Deus e sua justiça: e todas estas coisas vos serão acrescentadas, cada um procurará preferir as coisas espirituais às temporais, a salvação da alma à saúde do corpo, a glória de Deus à vaidade do mundo..”[6].

    De fato, a oração transforma minha hierarquia de valores e minha relação com as pessoas, os objetos, os lugares e com o tempo. Minhas prioridades tornam-se diferentes das do mundo, embora eu viva nele. A carta dita a Diogneto propõe uma descrição dos primeiros cristãos que também se deve aplicar a mim:

    “Os cristãos não se diferenciam dos outros homens nem pela pátria nem pela língua nem por um gênero de vida especial. De fato, não moram em cidades próprias, nem usam linguagem peculiar, e a sua vida nada tem de extraordinário. A sua doutrina não procede da imaginação fantasista de espíritos exaltados, nem se apoia em qualquer teoria simplesmente humana, como tantas outras.

    Moram em cidades gregas ou bárbaras, conforme as circunstâncias de cada um; seguem os costumes da terra, quer no modo de vestir, quer nos alimentos que tomam, quer em outros usos; mas o seu modo de viver é admirável e passa aos olhos de todos por um prodígio. Habitam em suas pátrias, mas como de passagem; têm tudo em comum como os outros cidadãos, mas tudo suportam como se não tivessem pátria. Todo país estrangeiro é sua pátria e toda pátria é para eles terra estrangeira. Casam-se como toda gente e criam seus filhos, mas não rejeitam os recém-nascidos. Têm em comum a mesa, não o leito. São de carne, porém, não vivem segundo a carne. Moram na terra, mas sua cidade é no céu. Obedecem às leis estabelecidas, mas com seu gênero de vida superam as leis.

    Amam a todos e por todos são perseguidos. Condenam-nos sem os conhecerem; entregues à morte, dão a vida. São pobres, mas enriquecem a muitos; tudo lhes falta e vivem na abundância. São desprezados, mas no meio dos opróbrios enchem-se de glória; são caluniados, mas transparece o testemunho de sua justiça. Amaldiçoam-nos e eles abençoam. Sofrem afrontas e pagam com honras. Praticam o bem e são castigados como malfeitores; ao serem punidos, alegram-se como se lhes dessem a vida”[7].

    Os cristãos descritos acima jamais poderiam ter sobrevivido, permanecido fiéis, superado os incríveis sofrimentos e perseguições, sido testemunhas em todo os momentos até a morte, se a vida de oração não tivesse sido uma relação profunda com o Amor de suas vidas. Jesus era tudo para eles, logo, orientava todas as escolhas que faziam. Isto implica conhecê-Lo e “assimilar o seu espírito” de acordo com os conselhos que São Vicente deu aos seus coirmãos:

     …em todas as ocasiões, nos perguntemos a nós mesmos: ‘Como julgou Nosso Senhor tal coisa ou tal coisa? Como agiu em tal ou tal circunstância? Que disse ou que fez em tais e tais assuntos?’, e ajustemos toda a nossa conduta às suas máximas e exemplos. Tomemos, pois, essa decisão, meus Senhores, andemos sempre com confiança nesse caminho real em que Jesus Cristo será nosso guia e condutor. Lembremo-nos de que ele disse que ‘o céu e a terra passarão, mas suas palavras e verdades jamais passarão’ (cf. Mateus 24,35). Bendigamos a Nosso Senhor, meus irmãos, e esforcemo-nos por pensar e julgar como ele, e fazer o que recomendou por suas palavras e exemplos. Assimilemos o seu espírito para aprofundar o sentido de suas ações, porque não basta fazer o bem, mas é preciso ainda fazê-lo bem, à imitação de Nosso Senhor do qual se disse: Fez bem todas as coisas (cf. Marcos 7, 37). Não, não basta jejuar, observar as regras, ocupar-se nas funções da missão; é preciso ainda fazer isso no espírito de Jesus Cristo, esto é, com perfeição, em função dos confins e de acordo com as circunstâncias em que ele as fez…”[8].

    Um exemplo de Jesus que eu deveria adotar é a sua oração. Jesus rezava com frequência, retirando-se para um lugar de solidão onde pudesse ficar sozinho com Deus-Pai. Ao longo da história e ainda hoje, muitos santos e outros cristãos dedicaram e dedicam tempo em seus empreendimentos e serviços cotidianos para ir ao “deserto” para ficarem sozinhos com Jesus.

    Além da oração comunitária ou individual, que já pratico no cotidiano, semanal, mensal ou anualmente, posso encontrar outros meios para ir ao “deserto”, para aprofundar minha relação íntima com Jesus? O deserto pode ser um lugar para onde vou fisicamente ou em estado de espírito sem que seja necessariamente um lugar concreto. Onde posso encontrar este deserto? Quantas vezes posso ir até ele? Quanto tempo posso permanecer nele?

    Possa a nossa oração se tornar um presente que oferecemos uns aos outros. Sejamos testemunhas do “poder transformador da oração”.

    Seu irmão em São Vicente,

    Tomaž Mavrič, CM,
    Presidente do Comitê Executivo da Família Vicentina.


    Notas:

    [1]    Louis Abelly, « La vie du vénérable serviteur de Dieu Vincent de Paul »,(A vida do venerável servo de Deus, Vicente de Paulo),  livro  III, capítulo 6, página 50

    [2]    SV, vol. XI, pág. 227, conf. 129 – Partilha de oração de 4 de agosto de 1655 – Excessos a evitar no amor de Deus.

    [3]    SV, vol. XI, pág. 319, conf, 141, “sobre os padres” [setembro de 1655].

    [4]    1 Tessalonicenses 5,17

    [5]    SV, conf. 37 –  de 31 de maio de 1648, “sobre a oração”, pág.272.

    [6]    Regras Comuns da Congregação da Missão, capítulo II, 2 (de 17 de maio de 1658).

    [7]    Ofício das leituras, quarta-feira da V semana da Páscoa, capítulo 5, “Aos cristãos no mundo”.

    [8]    SV, vol. XI, pág. 54; conf. 35, “sobre a prudência”

  • ARTIGO | A Cultura Vocacional na Família Vicentina

    ARTIGO | A Cultura Vocacional na Família Vicentina

    A Cultura Vocacional na Família Vicentina é um tema que sempre esteve presente em nossas rodas de conversas, mas ultimamente, no mandato do atual Superior Geral da Congregação da Missão, o Pe. Tomaž Mavrič, CM, essa dinâmica aparece em forma de um projeto global, partindo do setor de Comunicação da Cúria Geral da Congregação da Missão, até alcançar todos os ramos da Família Vicentina – herdeiros do Carisma Vicentino, nos seus diversos modelos: vocação ordenada, religiosa ou leiga. A Juventude Mariana Vicentina, muito tem colaborado para manutenção do Reinado de Deus no mundo, seja por meio da fortaleza, ousadia e criatividade próprias da juventude, por seu testemunho cristão ou pequenas ações e obras que realizam em favor dos Pobres.

    Cultura Vocacional significa, assim, conhecimento, interesse privado e, sobretudo, implicação pessoal e interpessoal para construir algo no que se crer e do qual todos estão convencidos e que se converte em patrimônio de todos. Conseguiremos trilhar esse caminho revitalizando nosso carisma e promovendo a formação de nossos membros a partir de uma perspectiva vocacional, tendo em nossos projetos um espírito puramente vicentino, que tem como modelo Jesus Cristo – evangelizador e servidor dos pobres, de modo que nossa vivência de fé vá progressivamente se fazendo: a) Mentalidade: onde se evidencie princípios e convicções de nosso carisma e missão; b) Sensibilidade: gerando e reavivando em nós uma mística que se mostre pela oração e ação, e c) Práxis: sendo presença junto àqueles a quem Deus nos envia, protagonizando e difundido a nossa vocação e carisma.

    É importante que, como membros da Família Vicentina, nossos grupos, em toda a JMV, adotem fontes ou princípios norteadores da formação como os seguintes:

    1. a) As Sagradas Escrituras, em especial os Santos Evangelhos, lidas na fidelidade às orientações da Igreja e a partir da sabedoria dos pequenos (cf. Mt 5,1-12; Mt 11,25; Lc 10,21);
    2. b) Os Sinais dos Tempos, como referenciais privilegiados para sintonizar a formação e ação na busca de responder a vontade de Deus;
    3. c) Os Pobres, que a seu modo também nos evangelizam. Assim devemos nos matricular na escola deles e aprender suas lições.
    4. d) A Tradição e o Magistério da Igreja: os tesouros da Tradição viva, desde os escritos espirituais dos Santos Padres, os documentos da Igreja, das Conferências latino-americanas até as orientações da CNBB;
    5. e) Tradições e orientações da JMV: A vida, os escritos e as obras de São Vicente; a história da JMV; Os Estatutos e Regimentos, palavras dos Presidentes em nível Nacional e Internacional, documentos das últimas Assembleias Gerais, boletins e revistas.

    Urge que a vocação e o fazer missionário de cada um dos membros da JMV estejam permeados dos cinco aspectos fundamentais do itinerário formativo d@s discípul@s missionári@s de Cristo (Documento de Aparecida, n. 278):

    1. a) O Encontro com Cristo – Este encontro dá origem, fundamento e força para a vivência da vocação. Tal encontro se dá por meio da oração, pessoal e comunitária e articulada com o compromisso missionário com os pobres, bem como nas visitas domiciliares ou encontros com pessoas que nos ajudam a ajudar a quem mais necessita.
    2. b) A Conversão – A resposta ao autêntico encontro com Cristo leva a uma busca de uma contínua identificação com sua pessoa e seu Evangelho. Os jovens precisam formar-se e cuidar-se, para que possam efetivamente desenvolver uma vida responsável e de conversão contínua.
    3. c) O Discipulado – O encontro transformador com Cristo chama a pessoa ao discipulado, ao amadurecimento constante no conhecimento, amor e seguimento de Jesus. Tendo sempre Cristo como modelo missionário a seguir e com quem se identificar. Este processo de formação discipular permite a fidelidade dinâmica e criativa, onde o amor missionário fiel é o amor que cresce e produz muitos frutos que testemunham a presença do Reino.
    4. d) A Comunhão – O coração do seguimento de Cristo é a vida comunitária que é construída na missão e deve ser um sinal de vida nova inaugurada por Jesus. Na Associação, grupos e comunidades descobre-se a alteridade como uma mediação indispensável da formação para a missão. Esses espaços de comunhão transformam, ajudam, desafiam, interpelam e abrem possibilidades; nelas se aprendem o diálogo e o respeito ao outro, testa-se a capacidade de abertura e de aceitação do diferente.
    5. e) A Missão – A missão é simultaneamente uma consequência e um caminho de realização do encontro com Cristo, da conversão, do discipulado e da comunhão. A JMV, que nasceu de um pedido de Maria à noviça Catarina Labouré, traz em sua gênese uma missão de fazer a diferença na vida dos jovens, especialmente os mais pobres. Haja vista que a nota missionária se destaca no jeito de ser e viver como JMV.

    A caminhada é longa, mas Deus está conosco. Com disposição, alegria e entusiasmo levamos adiante nossa vocação Mariana e Vicentina, confiando sempre em Deus, na proteção de Maria e na caridade efetiva e afetiva de São Vicente de Paulo.


     

     

    Cleber Teodosio

    Seminarista da Congregação da Missão

    Voluntário de Língua Portuguesa do Secretariado Internacional da JMV (2009-2012)

  • Declaração da Família Vicentina em solidariedade com o povo da Venezuela

    Declaração da Família Vicentina em solidariedade com o povo da Venezuela

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    A todos os membros da Família Vicentina (FV) no mundo e, especialmente, a nossos irmãos e irmãs na Venezuela, expressamos nossa preocupação e nossa solidariedade diante da dramática situação que os venezuelanos vivenciam agora em seu país.
    Somos conscientes da situação dolorosa de injustiça e sofrimento vivida pelo povo venezuelano, devido à escassez do que é mais necessário para viver uma existência digna e produtiva, e de seu desamparo diante da crescente injustiça. Oramos para que o povo venezuelano preserve a esperança enquanto busca uma mudança sócio-política e econômica pacífica e transparente. Rezamos também para que essa mudança leve o país a recuperar sua plena democracia, a restaurar o Estado de Direito, a reconstruir o tecido social, a produção econômica livre e a reconciliação nacional dessa nação sempre pacífica.Nestes tempos conturbados, apelamos ao respeito dos direitos individuais e coletivos, protegidos pela constituição nacional, e insistimos que os protocolos internacionais sejam respeitados. Estamos muito consternados com a situação insuportável dos pobres: a crescente fome, a impossibilidade de acesso a medicamentos, salários reduzidos pela inflação incontrolável, insegurança e violência generalizada, falta de acesso a empregos e a moradia adequada, etc. Diante dessa crise humanitária, a Família Vicentina deseja estar presente não apenas manifestando nossa solidariedade com a oração e o acompanhamento espiritual, mas também oferecendo ajuda para aliviar parte do sofrimento dos mais abandonados.

    Como pessoas de fé, irmãos e irmãs no mesmo carisma, queremos acompanhar de perto o povo da Venezuela neste longo e penoso caminho de cruz, rumo à plenitude da vida (Jo 10,10). Gostaríamos de ajudá-lo a sentir a proximidade do Deus da vida, através de nosso abraço compassivo, nossa oração contínua e uma campanha internacional de assistência vicentina a os mais pobres do país, bem como em favor dos programas que a Família Vicentina tem na Venezuela.

    Demonstramos nossa gratidão a todos os membros da Família Vicentina que desenvolvem sua vida e missão no país. Sabemos que essa realidade os obrigou a maximizar sua criatividade a serviço do carisma. Queremos, com humildade, unir-nos as muitas redes de solidariedade e compaixão centradas na crescente dor do povo venezuelano.

    Neste momento crucial da história deste país irmão, convidamos todos os membros da Família Vicentina a se unirem a nós neste gesto de comunhão e solidariedade, dentro de suas próprias possibilidades e áreas de experiência.

    Também convidamos nossas redes da Família Vicentina para receber, proteger e apoiar todos os venezuelanos que migraram para diferentes partes do mundo. Quase 5 milhões de venezuelanos hoje são refugiados que experimentam condições muito dramáticas na Colômbia, Peru, Equador, Brasil, assim como em outros países, especialmente na América e na Europa.

    Unimo-nos ao desejo e ao apelo que o Papa Francisco fez para uma transformação no país sem derramamento de sangue, na esperança de que isso leve a uma total reconciliação do país e à cura dos tecidos quebrados da sociedade, a promoção de oportunidades para o desenvolvimento humano integral e a reativação dos valores de paz e justiça.

    Confiamos no Deus da história. Ele é o Deus da salvação e o Jesus libertador que nos diz: “Não temas, estarei contigo todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28,20). Que Maria de Coromoto, padroeira da nação, proteja sempre a Venezuela. Expressamos, ao mesmo tempo, nossa sincera proximidade. São Vicente de Paulo e todos os santos e bem-aventurados da Família Vicentina, rogai por nós!

    #famvinVenezuela

    Algumas sugestões para a ação:
    1. Espalhe a mensagem: compartilhe a declaração em suas redes sociais, imprima e distribua etc.
    2. Reze pela Venezuela: sozinho punem comunidade.
    3. Espalhe a mensagem: compartilhe a declaração em suas redes sociais, imprima e distribua etc.
    Contas para enviar as doações:
    Titular da conta: CONGREGACIÓN DE LA MISIÓN – PADRES VICENTINOS
    Banco: BANCOLOMBIA
    Agência Bancária 219, Calle 26 #32-61, Bogotá (Colômbia)
    Número de conta: 219-000127-25
    SWIFT: COLOCOBM
    Moeda da conta: pesos colombianos
    Tipo de transação: OUR o SHA

     

    Titular da conta: HIJAS DE LA CARIDAD DE SAN VICENTE DE PAÚL
    Banco: BANCOLOMBIA
    Agência Bancária 219, Calle 26 #32-61, Bogotá (Colombia)
    Número de conta: 219-000126-82
    SWIFT: COLOCOBM
    Moeda da conta: pesos colombianos
    Tipo de transação: OUR o SHA
    Todos os recursos que entrarem nessas contas, gerenciadas pela Família Vicentina da Colômbia, chegarão a nossos irmãos da Venezuela.

     

    Com informações: https://www.secretariadojmv.org/pt/jmv/declaracao-da-familia-vicentina-em-solidariedade-com-o-povo-da-venezuela

  • Carta do padre Tomaž Mavrič, CM, para o encerramento do 400º aniversário do Carisma Vicentino

    Carta do padre Tomaž Mavrič, CM, para o encerramento do 400º aniversário do Carisma Vicentino

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    Roma, 25 de janeiro de 2018

    A todos os membros da Família Vicentina

    Meus queridos irmãos e irmãs em São Vicente,

    A graça e a paz de Jesus estejam sempre conosco!

    Ao finalizar oficialmente, neste 25 de janeiro de 2018, o 400º aniversário do carisma vicentino, podemos repetir as palavras de São Paulo, no início de sua carta aos Efésios, com o coração transbordando de alegria. O Céu nos abençoou com bênçãos em todos os âmbitos: em nível pessoal, em nível de cada ramo e no âmbito da Família Vicentina como um todo. Que esta experiência permaneça para nós fonte de aprofundamento, de desenvolvimento e de extensão do carisma vicentino, a fim de produzir sempre mais novos frutos.

    Durante o ano jubilar, a Família Vicentina organizou tantas iniciativas, celebrações e projetos maravilhosos no plano local, nacional e internacional. No plano internacional de toda a Família Vicentina, organizamos:

    a) O Simpósio Internacional da Família Vicentina em Roma, de 12 a 15 de outubro de 2017.

    No dia seguinte do encerramento do Simpósio, a comissão de síntese se reuniu para estudar as contribuições dos participantes dos seis grupos linguísticos. As reflexões, propostas, ideias e projetos serão em breve comunicados a todos os membros da Família Vicentina, com o objetivo de continuar a desenvolver, compartilhar, irrigar e cultivar as sementes lançadas durante o Simpósio.

    b) A iniciativa global da Família Vicentina com as pessoas sem-teto (Aliança FAMVIN com os sem-teto).

    Este projeto de toda a Família Vicentina, lançado oficialmente durante o Simpósio em Roma, no dia 14 de outubro de 2017, nos permitirá aprofundar nossa colaboração para responder de maneira mais eficaz às necessidades das pessoas que não têm moradia.

    c) O festival de filme vicentino, intitulado “Encontrando Vicente 400”, também foi oficialmente lançado durante o Simpósio em Roma, no dia 14 de outubro de 2017 e será realizado entre os dias 18 e 21 de outubro de 2018, em Castel Gandolfo.

    Em breve, a equipe de preparação dará mais informações através dos diferentes meios de comunicação: sites, redes sociais, YouTube, impressa escrita, agências de notícias e outros. O festival de filme pretende ser um instrumento da “globalização da caridade”. Todas as pessoas, membros da Família Vicentina ou não, de todos os países, podem participar do festival. Teremos três concursos: 1) para os jovens até 18 anos, cuja participação é através do envio de um poema, de um desenho ou de um texto; 2) para as pessoas que enviarem o roteiro de um filme a ser produzido no futuro; 3) para aqueles que apresentarem um filme de curta-metragem. O tema comum é a vida e o carisma de São Vicente de Paulo.

    d) A peregrinação da relíquia do coração de São Vicente de Paulo.

    A peregrinação de outras relíquias continuará em toda a Europa e, se Deus quiser, depois em outros continentes.

    No início do quinto século do carisma vicentino, gostaria de propor duas iniciativas como primeiros passos nesta direção:

    a) Renovar e aprofundar nossa relação com os Santos, Bem-aventurados e Servos de Deus da Família Vicentina do mundo inteiro, como modelos da espiritualidade e do carisma vicentino, graças aos seguintes meios:

    1. Reanimar a veneração e a invocação da intercessão dos Santos, Bem-aventurados e Servos de Deus, primeiramente, em seus lugares de origem, lá onde nasceram viveram ou realizaram o seu serviço, onde morreram, foram enterrados ou onde suas relíquias são conservadas, através de diferentes iniciativas para aprofundar nossa relação com eles. Renovar uma proximidade com eles em nível local favorecerá e permitirá propagar sua veneração e uma maior invocação de sua intercessão em outras regiões do mundo.
    2. Organizar encontros para apresentá-los àqueles que não os conhecem ou conhecem pouco; organizar peregrinações; preparar celebrações para crianças, jovens e adultos; publicar novos livros; elaborar slides PowerPoint; utilizar os diferentes meios de comunicação.
    3. Rezar incessantemente a Jesus pedindo a graça para que todos os Bem-aventurados, Servos de Deus ou outros candidatos em potencial à santidade sejam canonizados pela Igreja. Comprometer-se com todas as forças no processo de reconhecimento oficial da Igreja, tanto dentro do ramo específico da Família Vicentina ao qual cada um pertencia, quanto na Família Vicentina como um todo.

    Trata-se de unir, o máximo possível, a nossa vida, esforços, serviços, projetos, iniciativas, planos e ambições comuns àqueles que nos precederam e que estão agora no céu, intercedendo por nós. Se pedirmos suas intercessões junto a Deus, eles nos responderão. Eles são nossos modelos de como viver a espiritualidade e o carisma vicentino. Talvez seja mais fácil apresentar aos outros os Santos, os Bem-aventurados e os Servos de Deus da história recente. No entanto, como modelos de santidade, todos comunicam ou podem transmitir algo às crianças, aos jovens, aos adultos e a todos os nossos contemporâneos, neste momento da história. Eles também são um dos recursos para as novas vocações à vida consagrada ou para o compromisso ativo dos leigos nos diferentes ramos da Família Vicentina, na missão de Jesus, na missão da Igreja.

    b) Renovar e aprofundar a “cultura vocacional”.

    Quando buscamos uma explicação para o declínio das vocações à vida consagrada, para a participação ativa dos jovens e adultos na vida da Igreja e da fé em algumas regiões do mundo, frequentemente são destacadas as seguintes razões: a sociedade de consumo, o materialismo, o individualismo, o egoísmo, secularismo sistemático da sociedade… Podemos falar assim de uma “anticultura vocacional”.

    Gostaria de convidar a todos a unir nossas forças para apresentar às crianças, aos jovens e adultos de hoje, que estão sob a influência desta “anticultura vocacional”, a beleza, o encanto e o sentido pleno de vida de dizer um “sim” ressoante ao chamado de Jesus! Convido cada um de nós a mostrar às crianças, aos jovens e adultos que é normal responder afirmativamente, com um “sim” vigoroso, ao chamado de Jesus; não se trata de uma resposta anormal. Devemos trabalhar juntos em vista de uma cultura vocacional renovada.

    Nossa vocação remonta à fonte da nossa existência, pois Deus pensava em nós antes da fundação do mundo, antes da nossa concepção.

    “Antes de formar-te no ventre materno, eu te conheci; antes de saíres do seio de tua mãe, eu te consagrei …” (Jeremias 1,5).
    “Em Cristo, ele nos escolheu, antes da fundação do mundo” (Efésios 1,4).
    “Eu te farei luz das nações” (Isaías 49,6).

    A cultura vocacional significa um ambiente onde todas as pessoas podem descobrir e redescobrir o motivo de estarem nesta terra, o sentido da vida, a missão a qual são chamadas a realizar, o chamado ao qual são convidadas a responder. A cultura vocacional coloca Jesus em primeiro lugar, independentemente do estado da vocação, seja ela laical ou para a vida consagrada.

    Trazemos em nosso coração o desejo profundo de transmitir às gerações futuras o carisma e a espiritualidade que recebemos. Apresentamos incessantemente a Deus tanto a nossa oração para obter novas vocações, como muitos dos nosso esforços e iniciativas. O começo do quinto século do carisma vicentino nos oferece uma nova oportunidade para intensificar nossos esforços, em favor de uma cultura vocacional. Esta iniciativa está em sintonia com o Sínodo dos Bispos, cujo tema é: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”, que acontecerá em outubro deste ano em Roma.

    Confiemos tudo isto à Providência e à intercessão de Nossa Senhora das Graças, dos Santos, dos Bem-aventurados e dos Servos de Deus da Família Vicentina e encorajemo-nos mutualmente com as palavras de São Vicente de Paulo, quando lhe perguntaram sobre o que gostaria de ter feito de sua vida, ele respondeu: “ainda mais”.

    Seu irmão em São Vicente,

    Tomaž Mavrič, CM
    Superior geral

  • Filhos de Maria são beatificados na Espanha

    Filhos de Maria são beatificados na Espanha

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    Sete jovens da Associação dos Filhos de Maria, hoje conhecida como Juventude Mariana Vicentina (JMV), foram beatificados neste sábado (11), em Madrid (Espanha). A celebração também levou aos altares outros 53 membros da Família Vicentina, entre Filhas da Caridade, padres vicentinos e membros da Associação da Medalha Milagrosa.

    A beatificação foi presidida pelo Cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação da Causa dos Santos no Vaticano, com a presença de aproximadamente 3 mil pessoas, entre elas cardeais, bispos, membros dos distintos ramos da Família Vicentina e familiares das vítimas do martírio na época da Guerra Civil Espanhola.

    O confronto se instalou na Espanha entre os anos 1936 e 1937, resultando uma grande perseguição religiosa contra a Igreja Católica e seus diferentes movimentos, além de inúmeras marcas negativas na história do país. Desde antes do início do combate, o governo proibiu o ensino religioso nas escolas, ordenou o fechamento de locais onde se reuniam grupos católicos, expulsou ordens religiosas e cristãos foram assassinados em função do exercício de sua fé.

    “Meu tio era um rapaz jovem, alegre e estava muito interessado pelos problemas sociais daquela época, seguindo o magistério da Igreja e as Encíclicas dos Santos Padres”, comenta Ricardo Gonzálbez Torrerosa, sobrinho-neto do novo beato Enrique Pedro Gonzálbez Andreu, martirizado aos 26 anos em Cartagena e era integrante da Associação dos Filhos de Maria. Durante a beatificação, Torrerosa  carregava com orgulho e devoção o relicário do seu familiar: uma Medalha Milagrosa transpassada por um tiro. “Um dos milicianos disse a ele (Enrique Andreu) que tinha boa pontaria e que ia atravessar a medalha que estava no peito dele, no coração”, recorda. Ele morreu no dia 22 de setembro de 1936.

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    Relicário da Medalha Milagrosa perfurada por um tiro

    Além de Enrique Pedro Gonzálbez Andreu, os outros seis Filhos de Maria, hoje JMV, beatificados são:

    Francisco García Balanza
    Francisco Roselló Hernández
    Isidro Juan Martínez
    José Ardil Lázaro
    Modesto Allepuz Vera
    Rafael Lluch Garín

    “Eles não duvidaram em confessar sua fé no Cristo Ressuscitado que com valentia defenderam os valores evangélicos até perdoar a quem os perseguiam”, disse o padre Tomaž Mavrič, Superior Geral da Família Vicentina e Diretor Geral da JMV.

    A festa litúrgica destes novos beatos da Família Vicentina será celebrada no dia 6 de novembro, segundo anuncio do cardeal Angelo Amato.

    Por: André Peixoto (Voluntário de Língua Portuguesa do Secretariado Internacional da JMV)

  • DEPOIMENTO | Simpósio da Família Vicentina pelos olhos de Catarina Érika

    DEPOIMENTO | Simpósio da Família Vicentina pelos olhos de Catarina Érika

    Entre os dias 11 a 15 de outubro, Catarina Érika, vice-presidente nacional e Irmã Rizomar Figueiredo, assessora nacional, estiveram em Roma – Itália, para participar do Simpósio da Família Vicentina, em celebração aos 400 anos do Carisma. Em depoimento exclusivo, Catarina nos contou em detalhes tudo o que aconteceu e também relatou o que sentiu por participar desse evento histórico para a FAMVIN.

     

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    Já se passou uma semana que me despedi de Roma, mas até agora fico a pensar… É curiosa a maneira como Deus nos encoraja na caminhada e é mais curioso ainda como ele nos mostra a direção. Assim Ele fez comigo me levando ao Simpósio Internacional da Família Vicentina, entre os dias 11 a 15 de outubro, em Roma-Itália.

    Nem me dei conta e lá estava eu, às 5h30 da manhã, no dia 10 de outubro com uma mochila nas costas e uma mala na mão dando passos compassados para longe da minha casa e minha família, em Cascavel-Ceará. O que viria depois? Não sei, eu só sabia que eu tinha que ir e que seria apenas uma estrangeira em busca de algo.

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    Catarina, Padre Tomaz, Irmã Rizomar e André Peixoto

    Na companhia da Assessora da Juventude Mariana Vicentina do Brasil, Ir. Rizomar, no dia seguinte eu chegava a Roma. Fiquei admirava com a beleza e os pequenos detalhes do dia comum daquela cidade. E neste primeiro dia na experiência de estrangeira, mal chegamos, desvendamos os caminhos que nos levariam a Cúria da Congregação da Missão.

    O encontro ainda nem tinha iniciado, mas o sentimento de presença por inteiro nas celebrações dos 400 anos já estava ali quando visitamos a Cúria Geral da Congregação da Missão com outros irmãos do Secretariado Internacional da JMV. Padre Tomaž Mavrič, CM, Superior Geral da Congregação da Missão e Diretor Internacional da JMV, nos recebeu de braços abertos e fez questão de mostrar a casa, explicar como se organizam as atividades e até falar numa conversa informal dos planos futuros de um jardim que prometia florescer. Percebia em Pe. Thomaz um homem de oração, simplicidade e integridade, suas palavras eram de doçura e cordialidade.jmv4

    Na noite de abertura do Simpósio, quinta-feira, a Associação da Medalha Milagrosa conduziu o primeiro momento com a oração, na Basílica de São João de Latrão. A programação estava prevista para iniciar às 18h, mas pouco a pouco, desde as 17h os vicentinos chegavam ao local e quando “dei por mim”, a Igreja estava repleta de lenços amarelo e crachás coloridos demarcando todos àqueles que estariam conosco nos próximos dias participando da programação do Simpósio. Eram 99 países reunidos.

    Na sexta-feira, de 9h às 15h aconteceram as conferências temáticas por idiomas. Mesmo separados, as discussões tinham as mesmas temáticas. Participei das conferências em português e quem partilhou ideias foram: Eduardo Almeida, da Sociedade São Vicente de Paulo, falando sobre “Espiritualidade Vicentina e seu desafio profético”; Mizael Poggioli, CM, partilhando sobre “Formação Vicentina e a comunicação na era da informação”; e Alessandra Sousa Oliveira, FC, sobre “Os serviços vicentinos: a partir daqui… para onde?”. Os temas eram abordados rapidamente e discutidos em grupos.

    Falou-se da necessidade de oração na caminhada de vicentinos para continuarmos firmes nas ações concretas de caridade, da importância da nossa formação para ir ao mundo e ser mundo junto dos Pobres. Uma das coisas que considerei interessante também é que a Família Vicentina não pode se limitar em ser um movimento religioso da Igreja que apenas reza e realiza encontro de grupos e conferências, ela é um movimento social e deve ser atuante na sociedade, se preocupando com o social, afinal de contas, os Pobres são foco para a existência desses grupos. A meu ver, as discussões não são novas, mas foi importante ouvir de cada realidade suas necessidades e sugestões de como podemos seguir enquanto Família Vicentina, apostando no futuro.

    Mais tarde, o Simpósio reunia mais de mil jovens vicentinos num show cultural representando várias nacionalidades, como Itália, Portugal, França, Polônia, República Dominicana, Espanha, etc. Os jovens se divertiam, pulavam, dançavam, levantavam suas bandeiras carregando no peito a pátria que lhes traziam a Roma. Foi emocionante ver tantos jovens reunidos e para minha alegria, a maioria era da Juventude Mariana Vicentina. É sempre tão bom ver nossa família reunida.

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    JMV Brasil em companhia da JMV Síria e JMV Argentina

    Ao final da noite, os jovens foram surpreendidos pelo Pe. Thomaz que conduziu o momento de oração final, e como uma grande reflexão, ele lançou a pergunta aos jovens: “estamos dispostos a sujar as mãos pelos pobres?”. A pergunta era intrigante e trazia com ela muitas questões, então ele pediu que quem estivesse disposto a isso, que levantassem suas mãos. Os jovens levantaram timidamente suas mãos e um a um, vários braços erguidos todos responderam o desafio. O padre pediu que os quatro primeiros que levantaram as mãos se dirigissem ao palco, então eles foram, sujaram suas mãos de tinta, e num gesto simbólico de compromisso, representando todos aqueles jovens, deixaram suas marcas num cartaz dos 400 anos de carisma, que seria entregue ao Papa Francisco. Foi um momento maravilhoso e mais uma vez pude perceber na pessoa de Pe. Thomaz, a mesma serenidade.

    No sábado, o tempo parecia mais frio que os demais dias em que estive naquela cidade. Era dia de acordar mais cedo, encarar a fila quilométrica e adentrar os portões da Praça de São Pedro, para o tão esperado encontro com o Papa. Não tinha preguiça, sono ou frio que desanimasse o povo. As filas eram apenas motivos para aquecer a animação que receberia o santo padre. Vozes entoando cânticos de louvor, bandeiras balançando, palmas e gritos ritmados parafraseando quem estavam ali.

    Os vicentinos tomavam a Praça de São Pedro e pouco a pouco um mar amarelo se formou com mais de 11 mil pessoas à espera do Papa. Quando olhei para trás a observar aquela multidão, fiquei admirada e pensei: seria maravilhoso se cada um que está nessa praça hoje saísse tocado e disposto a praticar gestos concretos de caridade para a transformação de um mundo melhor. Esse pensamento se tornou um grande desejo que guardei nas minhas orações naquele momento quando a relíquia do coração de São Vicente de Paulo passava pelo corredor central.

    Antecipando a hora marcada, Papa Francisco surpreendeu, chegando acenando para a multidão, percorrendo a praça no papa móvel. E por onde passava, o clima era de festa e emoção. Nas suas palavras, Francisco foi enfático e direto. Ele falou sobre os três verbos importantes na caminhada do vicentino: adorar, acolher e ir. Explicou que a oração é a bússola de todos os dias e que somente rezando, podemos tocar os corações das pessoas ao anunciar o Evangelho. Quando se acolhe, a pessoa está disposta a renunciar seu eu e faz entrar em sua vida o outro. Disse ainda que quem ama não fica numa poltrona esperando um mundo melhor, mas com entusiasmo e simplicidade se levanta e vai ao encontro do irmão.

    Se o momento da tarde já fazia doer o coração de emoção, imagina no turno da noite quando aconteceria a vigília com a relíquia do coração de São Vicente de Paulo, organizada pela Juventude Mariana Vicentina Internacional. A vigília foi um momento de graça e muita oração, venerando o coração daquele que soube dar seu coração, em troca dos outros. Vicente me fez pensar na minha pequenez e no quanto ainda precisamos aprender com ele a prática da caridade. Incansavelmente eu pedia a Vicente que nos desse um coração igual ao seu, disposto a enxergar o Pobre com o coração.

    Na missa de encerramento, já sentia o gostinho da saudade que pairava no ar. Não foi simplesmente uma celebração de despedida, foi um envio ao chamado de Cristo. Era lindo de se ver que apesar dos idiomas diferentes, todos falavam a mesma língua. No Pai Nosso pôde-se notar isso nitidamente. Fechei os meus olhos e ouvi a mistura de idiomas unidos numa só voz rezando, como filhos que pedem atenção ao pai. Ouvi o clamor dos ramos que passam por dificuldades, os desafios financeiros para custear os projetos sociais, os maus relacionamentos dentro dos grupos, congregação, companhia e conferências e até mesmo a falta de amor e caridade. E para tudo isso só poderia dizer: seja feita a tua vontade, Senhor, e não a nossa!

    Padre Thomaz nos fez refletir em sua homilia o quanto nosso carisma é importante para a sociedade e que o caminho para a santidade é a caridade. E faz todo sentido porque foi assim que os santos e beatos da nossa Igreja foram santos: olhando o outro com o olhar de Cristo e isso é caridade.

    Ah! E no final de tudo pude compreender o porquê de tanta gente me pedir orações quando soube da minha viagem a Roma. Porque Roma me fez sonhar alto e grande nos meus projetos enquanto vicentina; porque estar pertinho do Papa geraria boas energias e Deus estava ali; porque foi naquela cidade santa que Deus me deu impulso, coragem e direção; e porque eu podia sentir que todos aqueles que disseram estariam comigo em orações, estavam de fato.

    Sou grata a Deus e a todos que me apoiaram e rezaram por esta viagem. Sou grata principalmente a Ir. Rizomar, assessora nacional da Juventude Mariana Vicentina, que possibilitou que esta viagem acontecesse tornando acessível para mim financeiramente. Oportunidades como esta, só Deus nos mostra. Por isso e por tudo que tenho e sou devo ser grata.

    E mesmo sabendo que essa leitura foi um pouco cansativa, peço-lhe ainda que reze pelos Pobres e a Família Vicentina, para que realizem o que está no coração de Deus. Sejamos Vicente!

    Catarina Érika

    Vice-presidente da JMV Brasil

    Catarina Érika é vice-presidente da JMV Brasil e presidente da província de Fortaleza

     

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  • Emocionante testemunho da presidente da JMV Síria no Simpósio da Família Vicentina em Roma

    Emocionante testemunho da presidente da JMV Síria no Simpósio da Família Vicentina em Roma

    Na audiência da Família Vicentina com o Papa Francisco, Aida Baladi (Presidente da JMV Síria), teve a oportunidade de dá o seu testemunho de como é ser Presidente de um associação católica em um país tomado por uma guerra civil.
    Foto: Cristian Gennari/Siciliani
    Foto: Cristian Gennari/Siciliani

     

    Confira abaixo o seu testemunho na integra:

    Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
    3 Durante a viagem, estando já perto de Damasco, subitamente o cercou uma luz resplandecente vinda do céu.
    4 Caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?
    5 Saulo disse: Quem és, Senhor? Respondeu ele: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro te é recalcitrar contra o aguilhão.
    6 Então, trêmulo e atônito, disse ele: Senhor, que queres que eu faça? Respondeu-lhe o Senhor: Levanta-te, entra na cidade. Aí te será dito o que deves fazer.
    Atos do Apóstolos 9:3

    Meu nome é Aida Baladi e sou a responsável pela Juventude Mariana Vicentina na Síria.

    Desde o dia em que me pediram para escrever um testemunho sobre Juventude Mariana Vicentina na Síria até agora, senti uma grande responsabilidade sobre meus ombros porque me pediram para falar sobre as duas coisas mais importantes da minha vida: Juventude Mariana Vicentina e minha amada Síria.

    Portanto, vou fazer o meu melhor para usar estes minutos para mostrar ao mundo através deste Simpósio da Família Vicentina meu testemunho como Jovem Mariana Vicentina e cidadã síria.

    Para tornar mais simples meu objetivo de falar com vocês, pedi ajuda ao melhor grupo que já conheci na minha vida: Juventude Mariana Vicentina.

    A pergunta que fiz a cada um foi muito simples: “Você como membro e líder da Juventude Mariana Vicentina, que passou por situações difíceis, se alguém te perguntasse sobre este grupo na Síria, o que responderia?”.

    As respostas foram puras, diretas, cheias de amor, ambição, determinação, fé e esperança; portanto, simplesmente vou partilhar com vocês algumas frases que escutei:

    Primeira resposta:

    ✓ “Passamos por uma guerra desastrosa que nos forçou a interromper nosso esquema de atividades. Agora e graças a Deus estamos enfrentando a situação e sobrevivemos. Se algo aprendemos dessa guerra é valorizar todas as coisas que temos e a recomeçar do zero. Somos uma família, nos ajudamos uns aos outros e insistimos em uma mensagem para todo o mundo e essa mensagem é que nada impedirá que continuemos, porque somos jovens vicentinos, uma associação pedida pela mesma Virgem Maria e nós vamos permanecer sempre sob as bênçãos dela.”.

    Outra resposta que tive foi:

    ✓ “Se Deus está com nós, quem pode estar contra nós? Romanos 8:31. Vamos perseverar com o nosso lema: “Viver”, “Contemplar” e “Servir”, através da Juventude Mariana Vicentina, com a ajuda de uns a outros. Agora, como líder catequista responsável, farei todo o possível para entregar às novas gerações da Juventude Mariana Vicentina os pensamentos de “Viver”, “Contemplar” e “Servir”.

    Também alguém me respondeu:

    ✓ “Neste momento, não podemos deixar de lado a Juventude Mariana Vicentina. Foi parte de nossa infância, de nossa personalidade. A Juventude Mariana Vicentina é um estilo de vida, então, deixaríamos a um lado de nossa vida?”.

    E a última resposta que tive:

    ✓ “A mensagem mais importante que devemos dar ao mundo como membros da Juventude Mariana Vicentina é “Amor” e a única coisa que o “amor” pede é “Coragem”. Porque a pessoa que ama não deixa o medo dominar. Nosso país vive uma situação infeliz que enfraqueceu muito no início, mas não permitimos que essa situação nos impedisse na entrega de nosso mensagem de “Amor” e serviço. Uma vez essa mensagem está em nossos corações, nenhuma crise fará que desesperemos. Mostramos e continuaremos mostrando ao mundo que há luz na escuridão.

    Juventude Mariana Vicentina na Síria está dividida em quatro grupos e cada um tem um responsável. O número de membros diminuiu drasticamente nos últimos anos devido à crise. De 40 pessoas por grupo anteriormente, agora são entre 15 e 20, especialmente no grupo dos jovens.

    Desde o princípio tentamos viver nosso slogan: “Viver, Contemplar e Servir”. Com isso, alcançamos muitas de nossas metas, vivendo nossa fé cristã com Maria, como pediu a Santa Catarina Labouré. O serviço tem sido o centro de nossa existência.

    Houve um período de crescimento e prosperidade para Juventude Mariana Vicentina na Síria, tempo em que nossa Associação foi à organização de jovens cristã mais importante de nossa cidade, Damasco. Éramos conhecidos por nossas obras de caridade, voluntariado, diferentes atividades de arrecadação de fundos, acampamentos de verão e grupos de oração.

    Quando a crise começou na Síria, em 2011, as dificuldades para fazer nossas atividades também começaram e isso nos afetou negativamente. Nossas reuniões semanais, acampamentos e outros eventos em sua maioria eram na Casa das Filhas da Caridade, o lugar que chamamos casa, mas está localizado em uma área perigosa, o que resultou no cancelamento de nossas atividades e reuniões.

    Devido a essa situação, tivemos uma grande falta de pessoas, especialmente daqueles que considerávamos a coluna vertebral de nossa organização. Os membros que se encontravam com seus 20 anos se tornaram os principais apoiadores nas atividades. Os demais membros tiveram que viajar para fora do país devido a lamentável situação. Foi por essa razão que as atividades, especialmente aquelas que exigiam a realização de algum tipo de serviço, diminuíram nos últimos sete anos.

    Mas hoje, agora, estamos de pé novamente. Assim como a situação na Síria está melhorando, nós também nos esforçamos para melhorar. Como indica nosso lema do ano passado: “O bom trabalho cresce em silêncio”, continuamos nos esforçando todos os dias.

    Com as circunstâncias já mencionadas, estávamos em uma situação difícil. Tivemos que tomar decisões difíceis. Deveríamos parar nossas atividades permanentemente ou correr o risco de continuar, apesar das dificuldades e perigo em torno de nós? Então decidimos: decidimos viver, e fizemos isso porque somos Juventude Mariana Vicentina e porque somos sírios. Vivemos para a nossa organização e vivemos para a nossa cidade e foi essa decisão que nos tornou mais fortes do que nunca.

    Como resultado, conseguimos restabelecer e continuar nossas atividades, por exemplo, desde que a guerra começou, não conseguíamos realizar nosso acampamento anual. Mas, em 2016, assumimos com determinação e voltamos a realizá-lo. Neste ano de 2017, tivemos a oportunidade de ter a presença de um querido amigo, o presidente internacional da Juventude Mariana Vicentina, Yancarlos Carrasco, que nos acompanhou durante todo o acampamento.

    Hoje, celebramos festas de natal e participamos do “Atelier de Noelle”, que é uma espécie de oficinas para crianças na região de Damasco, não só para os nossos membros, onde fazem decorações de Natal à mão. Nós também fazemos algumas noites de campismo (pequenos acampamentos de 2 noites) na casa das Filhas da Caridade, o mesmo lugar onde realizamos nossas reuniões, com muita de oração, jogos e muitas risadas.

    Além disso, gostaria de enfatizar a importância de algumas pessoas que, sem a colaboração e a oração, seriam impossíveis de continuar. As Filhas da Caridade, na pessoa de Ir. Monique Kharouf, nossa assessora. Também a participação do padre Charbel Naim, nosso capelão, que iniciou seu trabalho no ano passado e nos ajuda sem medida. A espiritualidade de São Vicente de Paulo não estaria presente em nós se não fosse por essas pessoas importantes em nosso grupo.

    Como membros da Família Vicentina em Damasco, estamos tentando trabalhar em conjunto com os outros ramos em objetivos comuns, pois somos mais fortes se estamos unidos enquanto fazemos realidade o carisma vicentino. Graças à situação do passado e a melhoria que estamos experimentando agora, estamos unindo forças em favor do nosso objetivo de uma caridade guiada pelo espírito de São Vicente de Paulo.

    As palavras mais comuns usadas para descrever o nosso sentido de pertença são: o amor que é dado sem esperar nada em troca; família; alegria luz; estilo de vida; juntos somos fortes; portadores de uma mensagem; tempos ruins e bons; pontos fortes e responsabilidades.

    Com a situação do nosso país, a melhor terapia para a juventude é permanecer unidos na oração, unidos em um lugar ao qual pertencemos e o sentimento de liberdade para entregar a mensagem através de Maria para Jesus, viver a “Vida”, “Contemplar” e “Servir” “como nosso lema.

    Além disso, todos nós somos convidados a participar do nosso lema para este ano de 2017, que é “Fui forasteiro e me acolheste…” (Mateus 25)

    Dentro de cada um de nós há “Amor” que torna mais intenso o sentido de pertença e também cria felicidade.

    Por último, mas não menos importante, gostaria de fechar este momento dizendo que os sete anos de guerra não nos tornaram covardes, não corremos, não escondemos. Pelo contrário, a guerra nos tornou mais fortes, mais unidos, com um maior sentimento de pertença ao nosso país ao fazer parte da Juventude Mariana Vicentina em Damasco.

    Gostaria especialmente de agradecer a todos aqueles que colaboraram conosco, especialmente aqueles que possibilitaram a nossa participação neste simpósio, o Padre Ziad Haddad, o Padre Charbel Naim, a Irmã Monique Kharouf e outros.

    Estou muito agradecida e obrigado ao Papa Francisco que sempre reza pela paz na nossa querida Síria.

    Paz para nossa Síria
    Aida Baladi
    Obrigada.

    Tradução de: FAMVIN.org

    Confira abaixo o testemunho em vídeo:

     

  • ESPECIAL | Audiência histórica do Papa Francisco com a Família Vicentina

    ESPECIAL | Audiência histórica do Papa Francisco com a Família Vicentina

    Apresentações culturais, testemunhos e muita emoção, marcaram a audiência da Família Vicentina com o Papa Francisco.

    O relógio apontava 07h30 da manhã (02h30 horário de Brasília) quando os mais de 11 mil Vicentinos – em sua maioria jovens de diferentes ramos da Família Vicentina – que se encontravam no Vaticano, começaram a chegar na Praça São Pedro, para a audiência com o Papa Francisco, parte integrante da programação do Simpósio Vicentino em festividade aos 400 anos do Carisma. A prioridade era ficar próximo ao corredor central, onde o Sumo Pontífice passaria no papamóvel, e conseguir ao mínimo um olhar de caridade do sucessor de Pedro. Ás 08h em ponto, os portões foram abertos, e de forma organizada, os peregrinos foram se acomodando nas cadeiras distribuídas no pátio central e também se agrupando nas grades de proteção que separava os fiéis do corredor por onde passaria Francisco.

    As primeiras atividades do dia foram marcadas pela animação. O grupo artístico Gen Verde, de renome internacional, ficou encarregado em dar as boas vindas aos vicentinos que aos poucos começavam a lotar a Praça São Pedro.

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    O grupo artístico Gen Verde, reúne em suas apresentações culturais: música, dança e intervenções teatrais
    O grupo artístico Gen Verde, reúne em suas apresentações culturais: música, dança e intervenções teatrais

    Após a apresentação do grupo italiano, os apresentadores do Simpósio, chamaram ao palco central, a jovem Aida Baladi, presidente nacional da JMV Síria. Aida, partilhou com os demais, a experiência de conduzir uma associação da Igreja Católica num país tomado por uma guerra civil. Ela encerrou o seu testemunho fazendo um agradecimento ao Papa Francisco: “Me sinto muito abençoada e agradecida pelo Papa Francisco sempre orar pela paz em nossa amada Síria”, encerrou Aida. Confira abaixo o vídeo do testemunho.

    Aida Baldini é presidente da JMV Síria, e deu o seu testemunho na audiência com o Papa Francisco, no Vaticano.
    Aida Baladi é presidente da JMV Síria, e deu o seu testemunho para mais de 11 mil vicentinos presentes no Vaticano

     

    A relíquia do coração de São Vicente de Paulo foi introduzida ao palco, por seis membros de variados ramos da Família Vicentina. Ao som de “Corazón de Vicent de Paul” e de reflexões em diferentes idiomas, a relíquia foi muito aplaudida e venerada em um forte momento de emoção. Catarina Érika, vice presidente da JMV Brasil, e que participou do Simpósio, falou um pouco do que sentiu ao ter presenciado este acontecimento, “Quando a relíquia do coração de Vicente de Paulo entrou tocando a música ‘corazón de Vicent de Paul’ não me contive”.

    Outro que também expressou a magnitude do momento, foi o voluntário de língua portuguesa no Secretariado Internacional da JMV, o Brasileiro André Peixoto, “estar em frente a relíquia do coração de São Vicente de Paulo, foi um dos momentos mais emocionantes pra mim, durante o Simpósio. Foi um momento muito especial, senti uma coisa diferente, não sei explicar, mas foi um momento muito bonito”, finalizou André.

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    Mark Mcgreevy, diretor executivo da DePaul International, explanou sobre a nova iniciativa da família vicentina em favor dos sem-teto. Foi exibido um vídeo instrutivo sobre a campanha, e ao final o tema do jubileu do carisma: “Era forasteiro, e me acolhestes”, com o apelo direto aos vicentinos “temos que fazer isso”.

    Depois das palavras de Mark, o grupo Gen Verde voltou ao palco para mais uma rodada de músicas e danças. Dessa vez com direito a uma apresentação em português da música Uirapuru.

    Membros da Sociedade São Vicente de Paulo partilharam sobre a sua triste experiência no terremoto que atingiu o centro da Itália. Sendo mostrado como a Família Vicentina trabalhou em conjunto para dar o auxílio necessário às pessoas que passaram por essa tragédia. Também foi feito o lançamento do Festival Cinematográfico Vicentino, uma das iniciativas da FAMVIN, assim como a campanha em prol dos sem-teto.

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    O Gen Verde que é formado por 20 mulheres, de seis países diferentes, e que trazem em seu repertório apresentações temáticas de distintas partes do mundo, ainda se apresentaram por duas vezes. E coube a elas recepcionar o Papa Francisco, que chegou na Praça São Pedro por volta das 11h45 (06h45 horário de Brasília) em seu papamóvel. Unidos em um mesmo sentimento, a Família Vicentina recepcionou o Santo Padre com muita alegria, entusiasmo e fé. Francisco percorreu toda a Praça São Pedro abençoando os milhares de peregrinos que vieram de mais de 90 países, e pertencentes a diferentes ramos da FAMVIN.

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    Recepcionado ao som de Accendi la Pace – música que fala sobre a busca pela Paz e que deixa claro que isso só depende de nós – o Papa Francisco caminhou até o altar e se colocou diante do coração de São Vicente de Paulo, onde rezou por algum tempo e por fim fez o sinal da cruz.

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    Papa Francisco diante da Relíquia do Coração de São Vicente de Paulo

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    Superior Geral da Congregação da Missão e sucessor de São Vicente, o Padre Tomaž Mavrič leu uma carta de saudação ao Papa Francisco. “Com grande alegria, gozo e admiração, a Família Vicentina se apresenta hoje, perante você, através dos que aqui estão presentes e de todos aqueles que nos seguem através dos diversos meios de comunicação social”, iniciou o Padre Tomaz.

    Ele também abordou a questão do tema do Jubileu do Carisma “era forasteiro, e me acolhestes”, além de apresentar um panorama geral sobre a Família Vicentina e sua presença e importância pelo mundo. O Padre Tomaz reafirmou a papel do Papa como exemplo evangelizador e parafraseou a mensagem deixada por Francisco aos jovens, “Queremos fazer nossas as palavras que você dirigiu a Juventude Mundial, quando lhes convidava a ‘fazer barulho’. Queremos ‘fazer barulho pelos Pobres, em nome dos Pobres e com os Pobres”.

    O superior geral finalizou a carta fazendo um pedido ao sumo pontífice e expressando tamanha felicidade dos mais de 11 mil Vicentinos presentes na Praça São Pedro, em Roma. ” Santo Padre, é uma graça inimaginável estar hoje com você. Damos graças a Jesus pelo dom de sua vida; por ser um presente para a Igreja e para o mundo; por ser um presente para os Pobres.  Assim como pedimos sua bênção, gostaríamos de pedir também que continue rezando por nós, como nós também sinceramente lhe prometemos, seguir rezando por você. Que a intercessão da Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, e todos os Santos e Beatos da Família Vicentina, nos ajudem a continuar a Missão; que não terminará, até que a “Caridade seja globalizada”; até que a Caridade alcance os rincões mais distantes da terra. Obrigado!”, declarou, o Padre Tomaž Mavrič em carta de saudação ao Santo Padre o Papa Francisco.

    O Papa Francisco ouve com atenção a carta de saudação lida pelo Padre Tomaž Mavrič.
    O Papa Francisco ouve com atenção a carta de saudação lida pelo Padre Tomaž Mavrič

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    Após cumprimentar e presentear o Padre Tomaz, Francisco iniciou a sua carta destinada a toda FAMVIN presente na Praça de São Pedro. De inicio, ele agradeceu ao caloroso acolhimento por todos os Vicentinos e também às palavras introdutórias ditas pelo Superior Geral da CM. No seu discurso, ele mencionou a importância de São Vicente de Paulo para a caridade e incentivou os vicentinos a seguir os ensinamentos do seu patrono, São Vicente gerou um impulso de caridade que dura nos séculos. Por isso, hoje, quero encorajá-los a prosseguir este caminho, nas pegadas do seu Fundador, propondo-lhes três simples verbos, que acho importantes para o espírito Vicentino, mas também para a vida cristã em geral: adorar, acolher, ir”.

    Explicando os três verbos, Francisco começou por “Adorar”, mencionando o próprio São Vicente que nos convida a dedicar-se à oração como fator essencial à purificação do coração.

    Em “Acolher”, ele falou sobre a questão de que acolhimento não é apenas receber, mas sim ser uma pessoa disponível. E acrescentou que São Vicente “nos ajude a dar o justo valor a este DNA eclesial do acolhimento, da disponibilidade e da comunhão.

    Terminando a explicação sobre os verbos, o Papa Francisco explanou sobre o “Ir”. Como vicentinos devemos está sempre a disposição de ir ao encontro do pobre. Devemos está sempre prontos para sair pelo mundo com simplicidade e entusiasmo levando amor e caridade.

    O Santo Padre finalizou seu discurso, com um pedido especial a todos os Vicentinos: Queridos irmãos e irmãs, agradeço-os por estarem em movimento pelas estradas do mundo, como São Vicente lhes pediria também hoje. Faço votos de que não parem, mas continuem, através da adoração, a atingir o amor de Deus e a difundi-lo ao mundo, contagiando-o com a caridade, a disponibilidade e a concórdia“.

    Com a conclusão do discurso, Francisco concedeu a sua bênção apostólica a todos os Vicentinos e também estendeu aos pobres que forem encontrados na caminhada missionária e evangelizadora. Os peregrinos presentes aplaudiram o Papa Francisco com fervor e alegria.

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    O forte sol na Praça São Pedro não atrapalhou os milhares de Vicentinos que ouviram com atenção as palavras do Sumo Pontífice

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    Em seguida, o Papa foi ao encontro dos representantes de diferentes ramos da FAMVIN que se estavam presentes na audiência. Entre eles, Yancarlos Carrasco, presidente internacional da JMV, que trocou algumas palavras com Francisco.

    Confira o encontro em vídeo clicando aqui.

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    Após todos os cumprimentos, o Papa Francisco abençoou pela última vez os presentes e saiu em seu papamóvel.

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    Para os vicentinos, restou a sensação de felicidade, em saber que acabaram de vivenciar um dia histórico para a Família Vicentina. Como o Papa Francisco falou, é nossa missão dar prosseguimento aos ensinamentos de Vicente de Paulo, que perduram até os dias atuais.

    Se você não assistiu a celebração da Família Vicentina na Praça São Pedro, ou quer revê-la, basta assistir abaixo.